segunda-feira, 31 de maio de 2010

Baile a fantasia


O Baile começou cedo e aos poucos as pessoas foram se desfantasiando e deixando as máscaras cairem pelo salão, foram perdendo o controle da farsa e derretendo a maquilagem.
E eu que adoro gente, danço com todo mundo, abro alas pra ver o salão todo bailando. Vou me dizendo que estou sempre pronta para o grande finale, mas no entanto, quando chega a hora das máscaras cairem, eu reajo com surpresa, como se fosse a primeira vez (rs)!Amigos de verdade continuam sendo poucos, continuam tendo os mesmos nomes. Desisteressantes esses poucos novos amigos!!!

"Prá você é o fim da estrada, com você fechei a tampa
Da minha casa, dos meus amigos
Chega!
Não quero mais ser seu amigo
Nem inimigo
Nada!..."

Mart'nália / Mombaça

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Entendendo e aproveitando mais os momentos

Hoje lembrei de um tempo em que meu nível de tolerância era muito baixo. Muitas coisas me chateavam, me incomodavam, coisas tão poucas, tão bobas como, por exemplo, quando era casada e o outro deixava a casa bagunçada. Roupas pela sala, jornal espalhado, copos por todos os cômodos, óculos perdido pela casa, pia cheia de louça por lavar, sapatos no banheiro, material de trabalho na mesinha da sala, coisa e tal.
Por muitos anos ouvi frases do tipo: "Porque essas coisas te aborrecem tanto se eu estou aqui?" ou "Você dá mais valor pras coisas do que pra mim!". Pra falar a verdade, naquela ocasião eu achava essas frases uma espécie de desculpa pra não ter de mudar de comportamento e, ficava mais irritada ainda porque o outro me tirava de insensível, materialista, mau humorada, chata . . . e . . . e acho que eu era mesmo! Hoje eu mesma me permito fazer quase tudo o que reclamava no outro, sem culpa nenhuma. A única diferença é que ninguém arruma o que eu desarrumo, a não ser eu mesma!
Fiquei pensando, pensando, pensando e pensei: "O que realmente eu queria do outro com aquela cobrança?" Eu ainda não achei uma resposta que fosse totalmente convincente ou satisfatória, mas tenho ouvido algumas ditas por mim mesma durante os meus exercícios de silêncio, como: "Eu queria que o outro me desse uma folga pra poder fazer um pouco aquele papel de desordem sem culpa e, que o outro limpasse, recolhesse, juntasse, organizasse as coisas que eu espalhasse, ou, que o outro fosse tão organizado quanto eu dentro da NOSSA casa, ou então fosse pra sua casa fazer aquilo sozinho!".

E que jeito teria se o outro morava alí mesmo comigo? Mesmo quarto, mesmo escritório, mesma sala, mesma  C O Z I N H A, mesmo banheiro, aí, uí!

Hoje, no meio do nada (será?) ouvi meu silêncio falar comigo. Ele disse: "Que se dane se a roupa, o óculos, os sapatos, o jornal, a louça, o material de trabalho está ali ou acolá, o que importa mesmo é quando você está aqui!"
Como é bom estar menos chata, menos mau humorada, mais tolerante, menos explosiva, menos mandona (não confundir com madona!).

Hoje tenho a sensação de viver mais e muito melhor os momentos do que antes.

Ah que bom, assunto encerrado! Achei a melhor resposta pra anos de questionamento!
Saí e fui almoçar com uma amiga que eu tanto amo e, ao  comentar com ela sobre o assunto e as conclusões que cheguei ela me sai com a seguinte opinião: "Talvez você não se incomode mais tanto com isso porque sabe que é temporário, ninguém está morando definitivamente com você."

Poxa, eu tava acreditando tanto na resposta que encontrara no meu silêncio . . . Cheguei a pensar que aquela era a resposta mais convincente que eu poderia ter me dado.
Agora já não sei, voltei a me questionar de novo. . . vou ter de ficar em silêncio mais um pouco!
. . . É? Vou? Ou não? Não, não vou! Eu não preciso pensar nisso agora, ainda continuo morando sozinha e realmente, por enquanto, só me visitam os temporários mesmo. Que bom, vou continuar adorando aproveitar os momentos com o outro ao invés de reclamar da bagunça que está a casa. A bagunça é minha, a casa também, então deixa pra lá até quinta a faxineira da um jeito nisso.
Viva a faxineira uma vez por semana, desse casamento eu não me separo de jeito nenhum!!!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O inferno mora embaixo


Eu moro no Leblon e sei o quanto é um bairro maravilhoso, mas não é  porque o Manoel Carlos inflacionou o metro quadrado e idealizou todas as Helenas do núcleo rico das suas novelas morando aqui não. É porque adoro mesmo esse bairro, os tipos de pessoas, os restaurantes, os carrinhos de bebes desfilando pelas calçadas largas nas manhãs de domingo, o café na padaria ou no Talho Capixaba entre os que chegam da noite e os que acordam dela, a praia logo alí, as ruas largas, o cinema de rua, o teatro do café, o Chico e Alayde, a galeria do teatro entre vários bares e a Cobal, o Zona Sul a menos de um passo, as livrarias, a boemia, a Rio Lisboa que não fecha nunca, só quando o gato mia, o clube do magnífico flamengo que é meu vizinho e . . . tudo isso já bastaria pra ser perfeito né mesmo?

Então, seja onde for, nunca more em cima de um bar famoso e "bem frequentado" por torcedores tarados. Mesmo no Leblon você vai se arrepender, a menos que desça e torça com eles! E pra não ficar achando que isso é pouco, quando não tem jogo, ainda assim tem a vontade de beber, falar alto, gritar, cantar, bater palmas, ficar a madrugada inteira se embreagando sem permitir que o bar feche até o último cliente sair, quando sai - pausa - de segunda a segunda.  Rompendo o silêncio (olha ele aí denovo!), a paciência e o sono dos involuntários, mas que levantam cedo para o trabalho e passam o resto do dia batendo cabeça no computador.

Não se pode fazer nenhuma analogia desse post com o postado logo abaixo, não falo do mesmo silêncio em ambos. O silêncio que me refiro aqui é o silêncio mensurável, que se pode ouvir pelos ouvidos, que é coletivo e fundamental para uma boa e saudável noite de sono. Falo desse silêncio social do qual todo cidadão deve ter direito de usufruir para manter a sua boa saúde física e mental diariamente.
Por isso Eu detesto o ITAHY!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Trinta minutos no meu divã

Como de costume, quinta-feira é dia de consultório, dia de total dedicação para a reflexão dos conflitos alheios. Alheios? Não, não são mais alheios, não pra mim.
Já se passavam 20 minutos da sessão quando liguei para o paciente e, qual não foi a minha surpresa, ele estava enrolado e a terapia ficara para segundo plano, ou melhor, para a próxima semana. Próxima pra ele, pra mim ainda faltavam 30 minutos da sessão. 
Resolvi fazer 30 minutos de inteiro silêncio acordado comigo mesma no consultório. Mantive o clima de pouca luz, acendi a vela de canela pra dar uma provocada e deitei no divã.

Meus 30 minutos de DIVÃ se resumem em algumas poucas linhas, poucas linhas sim, mas assim como a terapia, foram os 30 minutos mais preciosos do meu dia!

Quando era mais nova meu inquieto esconderijo era por demais barulhento, vivia envolvida por muitos sons interiores, dias e noites de muitas vozes.
Não falo de esquizofrênia, talvez ego em conflito com a própria consciência - risos!
Não eram vozes do além, nem tão pouco vozes de outros, era uma espécie de conflito com eu's aprisionados em mim, eus que lutavam por uma liderança - mais risos!
Hoje meus sons são mais profundos e vibratórios, acalentadores - quase sempre!
O silêncio vem habitando, já por alguns anos, meu ser de luz com excelência. A sensação é de plenitude, leveza, transporte, quase um desligamento, como um off necessário.
Acredito que com o tempo a gente vai ouvindo menos barulho mesmo, menos vozes, menos o externo, menos os ruídos e priorizando só o que nos interessa muito.
Vai reconhecendo mais o silêncio do nosso real eu interior, aprendendo a escutar com boa frequência o som do silêncio e, com isso descobrindo que o silêncio está por dentro e não do lado de fora.
Cada dia interajo mais com esse meu silêncio interior e o que antes me parecia esconderijo, hoje se revela abrigo.
E é nesse meu abrigo que me fortaleço, é nele ou através dele, que me ouço, que reaprendo a ser eu mesma sem ouvir o som das interferências.
Então, hoje já consigo expressar melhor o que ouço do silêncio que me vem de dentro, do que do antigo e barulhento esconderijo das vozes que me habitavam.
O silêncio interior é hoje a minha melhor festa!


* Lembrei que ontem ao almoçar com amigos no Térèze, abri em plena mesa de degustação, com direito a bom vinho e tintilar de taças, uma página da minha história. Contei-lhes sobre um período da minha pré-adolescência que fiquei quase 1 ano monossilábica.  Resultado ou consequência de um trauma, óbvio! Mas...isso fica pra num futuro post, quem sabe? 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Capitão de Indústria

Eu às vezes fico a pensar
Em outra vida ou lugar
Estou cansado demais
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
Eu não vejo além da fumaça
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas


Ah, Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer

ouço: Herbert Vianna
compositores: Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle _ queria EU ter escrito isso!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Verso reverso

De dia sou lenta
De noite ninguém me aguenta

Sob o sol arco-iris
sob a lua prateado cetim

Ao som todas as notas
no silêncio só a minha voz

Na rua muitas vidas
em casa vidas mútuas

Todos os nomes são bonitos
o meu simplesmente é Bello

Free time at my life

Ah! Quem dera o dia fosse todinho de horas só pra mim!
Sem que eu precisasse sair, vestir, correr,
traduzir, resolver, inventar, conciliar


Ah, quem dera fosse minha todas essas horas
horas todas essas ainda saboreadas por bestiais


Horas que em alguma hora serão novas
Novas horas inteiras só pra mim!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Terê tererê


Nada como uma parada para um retiro no mato
Cachoeira, sauna, verde mato, flores, caminhada
Pássaros . . . aquarela, verde, azul, amarelo, anil
Boa comida, lareira, vinho - o sol e o friozinho
Dorme e sonha, sonha tanto que acredita
teu sonho vira verdade de madrugada
acordei com você bem ali na minha cama.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma questão de tempo

No Puf
De saco cheio
Rodízio de sentimentos
Sem vontade de falar
Pensando e elaborando
Cansada de esperar
Pronta pra decolar

Solto pelo ar

Se não parte com vontade
não dá nem pra saída
se só vive com saudade
aproveita pouco a vida
se não rega todo dia
a flor do amor não cresce
se teve paixão, poesia
ninguém jamais esquece
se tem prazer em viver
então alimente essa fome
se a nossa sina é morrer
fica a obra, fica o nome
se não tem nada a dizer
deixa o silêncio falar
mas se você quer saber
agora eu vou cantar
se não o “se” se perde solto pelo ar
“se” só solto pelo ar
 
Luis Carlinhos

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Levantando

Dia turvo, nublado, chato
olhos que coçam e embassam
pensamento que vaga
cabeça que pesa
tonteira me leva
Sono, sono que me entorpece
O despertador desarma
o telefone toca
a água corre pouca e fria
a gasolina acaba
enfim encontro a vaga certa
largo o carro e conto as horas

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nem tudo que se planta dá!


Existem terras que por mais bem tratadas, aradas, cultivadas, não dão boa colheita.
Hoje tive certeza que fiz alguns investimentos em terras estrangeiras, terras de ninguém ou para poucos.
Quem sabe esses poucos estejam tão acostumados com agrotóxicos, que já não sabem diferenciar o que é verdadeiramente orgânico do artificial.

Tudo isso serve muito pra me dar impulso, pra me dar coragem. Me conduz a reflexão sobre mim e o outro, o poder, os julgamentos, as vantagens, as trapaças, os comparsas. O que sempre me incomodou e continua me incomodando muito são as injustiças, sejam elas pessoais ou coletivas. Cazuza que me perdoe, mas "mentiras sinceras" não me interessam!

O mundo empresarial é mesmo capitalista selvagem e muito egoísta, quase sempre sem critérios convincentes e justos para as suas ações de privilégios!

domingo, 9 de maio de 2010

De Mim que Tanto Falam

S I M P L E S M E N T E    I M P E R D Í V E L


Baseada em textos da autora gaúcha Martha Medeiros, a montagem descreve a mulher contemporânea, que é imprevisível, cotidiana, contraditória e multifacetada. As personagens se criticam, entram nos papéis umas das outras, comentam seus sucessos e fracassos, e se reinventam.

De 07/05 a 27/06 - Sex, Sab e Dom
Horário: às 19h
Teatro do Centro Cultural Justiça Federal
Av. Rio Branco - 241
Centro
Texto: Martha Medeiros
Roteiro: Cristina Mayrink
Direção: Paula Sandroni

O tempo

Me vi distraida, por aí em algum lugar . . .
Naveguei por mim como se fosse eu um vilarejo desconhecido, como um turista de minhas memórias fui me lendo e, a cada parada, apreciava a vista e os muitos sorrisos que me permiti dar, risquei, rabisquei, ri de chorar, chorei de ri e já posso dizer: "Não há mais dor!"
Hoje, sem que ninguém percebesse eu lembrei de você no meio de tanta gente.

domingo, 2 de maio de 2010

Olho de Hórus

Depois de tantos desenhos, tanto procurar, namorar, marcar e desmarcar, hoje nasceu mais uma, a terceira do meu corpo.

Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas.
O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição.
Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.

Esse é o Léo Novaes, agora meu tatuador oficial 
Esse cara é bom!