Almodóvar será sempre uma surpresa . . . quando acho que já conheço um pouco do universo complexo e contemporâneo de suas películas, acabo de olhos arregalados na cadeira do cinema. Saio sempre pensativa, com uma cara de quem viu um E.T. prateado de tanguinha tigresa.
Antonio Banderas, sem comentários, só suspiros!
Comprei meu ingresso antecipado, sabia que por conta do festival seria disputadíssimo assistir esse mestre do cinema. Só consegui comprar para a sessão das 14h no Roxy. Não havia cadeira marcada e acabei lá em cima no poleiro, mas valeu, deu pra ver muito bem, aliás, bem demais!
Quando saí do cinema me deparei com uma multidão em Copa . . . não estava entendendo nada, parecia carnaval! Aí, abusada e cara de pau que sou, parei um que passava apressado e perguntei: "O que é isso, o que está acontecendo lá na praia?" E ele me respondeu: ''É a parada Gay, estou correndo pra lá, uiiiii!!!". Eu juro que esse "uiiiiii" foi dele mesmo, não é uma forma de escrever e dar nenhuma entonação ao meu texto, rsrsrs!
Sair do cinema no mesmo dia da parada gay. . . os VICENTE's estavam ali, livres e felizes, rs!
CRITICA JB:
Em A pele que habito, por trás da complexa trama, Almodóvar traz ainda uma complexa discussão. Na busca do homem pelo controle sobre a vida, na tentativa eternamente frustrada de evitar a morte e alcançar a eternidade, vimos nossas ciências e tecnologias chegarem a níveis extremos de evolução. E se, nessa busca, tivermos a chance de enfim darmos à luz a esse “super-homem”? Quais são os limites que estaremos dispostos a ultrapassar e os sacrifícios que estaremos dispostos a fazer? A última fala do filme pode ser, talvez, um sopro desesperado para que se veja a humanidade por trás de toda a “perfeição” técnica. A superficialidade dessa última não pode se sobrepor à intensidade da primeira.
Com seu ensaio sobre amor, ódio, vingança e busca pelo inalcançável, Pedro Almodóvar nos brinda com mais uma pérola de seu cinema único. Um filme imperdível.
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