quinta-feira, 26 de maio de 2011

É mesmo pra lamentar!

Segundo Gustavo Venturi, quem mais estudou discrimina menos.
Especialistas lamentam suspensão do kit contra homofobia nas escolas

Lendo a matéria de hoje no IG, fiquei boquiaberta de saber que a nossa Presidenta, por pressões religiosas e do próprio congresso, teve que suspender os kits que seriam distribuídos nas escolas públicas, para o combate à homofobia.

Sozinha, a escola não será capaz de combater o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. Mas o ambiente escolar é o local mais promissor para por fim à homofobia. Essa é conclusão de um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiftung (RLS), em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do País. Por isso, Gustavo Venturi, coordenador do estudo, defende que o debate sobre esse tipo de discriminação faça parte das aulas, inclusive na infância.

De acordo com os dados da pesquisa, que será transformada em livro este mês, enquanto metade dos brasileiros que nunca frequentou a escola assume comportamentos homofóbicos, apenas um em cada dez brasileiros que cursaram o ensino superior apresentam o mesmo comportamento

Se pesquisas provam que é por meio de estudo e de conhecimento que se combate a descriminação, obviamente, pois quanto mais ignorante, menos condições esclarecedoras e analíticas se tem para entender e argumentar qualquer assunto. Aliás, acho que eu e a torcida toda do flamengo já sabiam disso!

Apresentados em algumas audiências no Congresso Nacional, os vídeos levantaram polêmica, especialmente entre os parlamentares de bancadas religiosas que, na tarde de quarta-feira, se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff e conseguiram a suspensão da produção e distribuição do material pelo Ministério da Educação. Nesta quinta-feira, o ministro Fernando Haddad deve se reunir com a presidenta para ser comunicado oficialmente da decisão. No Ceará, onde cumpriu agenda nesta quarta-feira, Haddad disse que o assunto está encerrado, o governo chegou a um acordo e ele não vai mais falar sobre o tema.

De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a presidenta não teria gostado do tom das produções. O deputado carioca Antony Garotinho (PR-RJ) admitiu que, para convencer o governo a suspender a produção do material, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.

Mas o fato é, como a religião pode interferir sobre um assunto que não cabe a ela decidir ou impedir? Sim, porque ela não se mete no conteúdo sobre matemática, estatística, geometria, mas acha que pode se meter no conteúdo sobre racismo, homofobia, direitos humanos, etc? Quem deu tanto poder à Igreja assim, Deus? Então porque a Igreja, ou melhor, seus representantes, sendo legítimos representantes da ordem e da máxima divindade não assumem esse País e impedem os assassinatos em série nas escolas, os estupros cometidos por doentes e desajustados sexuais, as agressões e assassinatos aos homossexuais . . . que solução a Igreja pode dar para extinguir essas aberrações?

Repercussões

Além de o tema ter movimentado as redes sociais, com opiniões contrárias e a favor da decisão, a suspensão foi criticada por especialistas no assunto. Para eles, o veto de Dilma ao material representa um retrocesso para as discussões de igualdade de direitos humanos. Para Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero, não há forma mais eficaz de promover a igualdade de direitos do que introduzir na escola a sensibilização para o tema de forma pedagógica.

“Há uma pressão indevida e desnecessária de grupos religiosos para isso. Não havia nada que ameaçasse a religião ou a integridade de crenças no material”, garante. Débora lembra ainda que as crianças e os adolescentes são mais abertos à discussão sobre promoção de cidadania e discriminação e, por isso, a escola tem de assumir o papel de conversar sobre o tema. Angela Soligo, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), teme mais atrasos na discussão sobre preconceito dentro da escola.

“É responsabilidade da área educacional discutir esse tema. Há muitas coisas que podem melhorar no material, mas ele não é de má qualidade. O Manual das Coisas Importantes, que faz parte do kit, por exemplo, é muito bonito e bem feito”, afirma. Angela espera que a presidenta volte atrás em sua decisão. “O material é necessário para os professores qualificarem a discussão e terem apoio, mas a falta dele não pode justificar a omissão de trabalhar o tema na escola”, ressalta.

Maria Helena Franco, coordenadora de criação dos vídeos que fazem parte do kit Educação sem Homofobia, produzidos pela Ecos – Comunicação em Sexualidade, lamenta a decisão da presidenta. Ela afirma que há muitas pessoas criticando o material sem conhecer seu conteúdo. “O foco desse material é levar para as escolas de ensino médio e para educadores e educadoras uma ajuda para erradicar a homofobia. É um apoio que faz falta para eles”, diz


Eu sou de uma geração onde se falar sobre Política, Sexo, Drogas e até Rock in Roll era censurando, mas hoje, em pleno século XXI, ler uma matéria como essa é realmente voltar ao tempo e, voltar a lama do tempo!

Vamos sair da ignorância meu povo, libera o kit Tia Dilma!!!

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