sexta-feira, 29 de junho de 2012

Corazón Partió - Julio Iglesias

http://www.goear.com/listen/0424671/corazon-partio-julio-iglesias

¿Quién me va a entregar sus emociones? 
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone? 
¿Quién me tapará esta noche si hace frío? 
¿Quién me va a curar el corazón partío? 
¿Quién llenará de primaveras este enero, 
y bajará la luna para que juguemos? 
Dime, si tú te vas, dime cariño mío, 
¿quién me va a curar el corazón partío?


Tiritas pa este corazón partío. 
Tiritas pa este corazón partío.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nada Sei - musicoterapia


Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber...

Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar...

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar...

Nesse mar, os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar...

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo
Me deixar passar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...
Kid Abelha

Terapia do Despertador

Amor, Meu Grande Amor

Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água...
Amor, meu grande amor
Me chegue assim
Bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir
O que não sente...
Pois tudo o que ofereço
É, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim, até o começo...
Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira...
Enquanto me tiver
Que eu seja
O último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor
Me reconheça...
Pois tudo que ofereço
É, meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo...
- Barão Vermelho

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A pergunta é . . .

O QUE EU FAÇO COM ESSE TEMPO TODO????

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Espera

Eu não estou grávida, mas a sensação é de que estou esperando alguma coisa nascer . . . 
Alguma coisa acontecer . . . Alguma coisa diferente . . . acontecer . . . 


Eu não sei o que é isso, mas isso lateja agora aqui dentro em mim!





sexta-feira, 15 de junho de 2012

Simplesmente Aconteceu

Na quinta-feira às 07:30 da manhã meu rádio despertador fez cantar Ana Carolina pra me 
acordar. Não tive coragem e nem forças pra desligar o despertador e a música tocou toda sem parar. Passei o dia pensando na música e a noite entrei no youtube pra procurar e escutar com calma. Fui dormir pensando que poderia ser acordada novamente com ela, pois iria adorar, pensei  muito nisso antes de dormir. . .  Não sei qual o nome que se dá pra isso, mas não é que aconteceu? Acordei hoje no memso horário com a mesma música . . . achei impressionante, tô  pensando em exercitar mais meus pensamentos e desejos.


Até o nome da música traduz o que aconteceu: SIMPLESMENTE ACONTECEU,  aliás a letra traduz tudo!


"Simplesmente aconteceu

Não tem mais você e eu


No jardim dos sonhos


No primeiro raio de luar


Simplesmente amanheceu


Tudo volta a ser só eu . . . "



Ana Carolina

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Amigas atemporais

Mônica e Dany, duas assistentes sociais que conheci durante a minha Pós-Graduação em Gestão de Projetos Sociais . . . o ano ... 2001. São 11 anos de aproximação e separação.

Não sei o que sela a nossa amizade, nem o que nos liga e nem o que nos afasta, mas vou tentar falar dessas duas:
Éramos uma turma grande e mista, passamos 18 meses nos encontrando por 2 vezes na semana e nessas vezes, sempre escolhíamos os lugares mais interessantes para almoçarmos e esquecer a hora. Fizemos umas 2 viagens para concluirmos a nossa tese de final de curso, nos reunimos muitas outras vezes lá em casa para preparar alguns trabalhos do curso. 
Além delas duas, também se juntaram ao grupo a Aninha, uma outra assistente social que trabalhava comigo na Prefeitura (SMH) e foi responsável pelo meu interesse e pela minha inscrição no curso. Apesar de Aninha não ter conseguido se manter fiel aos encontros (iniciais) anuais, somos saudosas de suas risadas e constante bom humor, sempre lembramos e falamos dela, uma ou outra procura saber da sua vida atual.
Ontem foi um dia especial para nós, não por ter sido o dia dos namorados, mas porque foi o dia do nosso tão marcado, desmarcado, reagendado encontro. A ultima vez que nos vimos, Odara, filha da Mônica, estava começando a andar, agora ela já entra na internet e escolhe suas próprias roupas.
Dany está com a auto estima recuperada, explodindo de felicidade. Seios novos, vestindo jaleco P e aguardando ansiosa a chegada do verão para se enfiar num biquine de cortininha. Em seu testemunho disse: "Esse é o 7º dia dos namorados que eu passo sozinha, mas esse está sendo o mais feliz de todos! Não tenho nenhuma vontade de chorar". E deu uma gargalhada que fez tremer a casa.
Mônica se mostra uma notável companheira e guerreira, enfrentando as crises de depressão e síndrome do pânico de seu marido que já dura 3 anos. Triste ela falou e bebeu muito a noite toda. Senti uma vontade de ajudá-la . . . e fiz o que era possível. Falei, encorajei, indiquei médicos especializados e lhe dei dois conselhos, os quais, me pareceu que ela própria já havia se dado. 
Dany, despiu-se para exibir seu novo visual, feliz virou de um lado para o outro e contou com brilho nos olhos a quantidade de gordura e baixa-estima que deixou na sala de cirurgia. Demonstrou sua paixão pelo médico e a frustração por ele já ter uma noiva.
Algumas fofocas básicas, nomes não tão conhecidos, mundo virtual, mundo dos políticos e corruptos, mundo dos sentimentos e dos medos. Acidentes e reviravoltas . . . de tudo um pouco apareceu durante a nossa conversa.
Falei de mim pras duas, me abri e me senti muito a vontade, elas são como amigas de terapia, não julgam, escutam e falam somente quando teem mesmo o que falar, do contrário apenas escutam. Isso é bom, muito bom!
Acabei prometendo fazer uma consulta com o Dr. Paixão da Dany e disponibilizar a minha casa para nossos encontros. Monica se prometeu dar mais um tempo para a recuperação do marido e Dany se prometeu arrasar nesse próximo verão!

Prometemos não deixar passar tanto tempo pra nos encontrarmos...Concordei, mas sei que isso não irá acontecer.

Esse foi o dia dos namorados mais atipico e diferente de todos que já tive . . . não sei explicar o que nos leva ainda à esses encontros, nem temos tantas afinidades assim, somos três pessoas tão diferentes, moramos em cidades diferentes, temos vidas e escolhas tão diferentes, mas quando a gente se encontra, parecemos melhores amigas, intimas. 
Ligadas por um vinculo oculto e tão forte que o tempo não consegue desfazer ou influenciar.

Três meninas do Brasil, três corações democratas
Tem moderna arquitetura ou simpatia mulata
Como um cinco fosse um trio, como um traço um fino fio
No espaço seresteiro da elétrica cultura
Deus me faça brasileiro, criador e criatura
Um documento da raça pela graça da mistura
Do meu corpo em movimento, as três graças do Brasil
Têm a cor da formosura
Se a beleza não carece de ambição e escravatura
E a alegria permanece e a mocidade me procura
Liberdade é quando eu rio na vontade do assobio
Faço arte com pandeiro, matemática e loucura.

Moraes Moreira - MENINAS DO BRASIL

Oficina de Gastronomia Nordestina Contemporânea


terça-feira, 12 de junho de 2012

Frases lidas e ouvidas hoje - Feliz dia aos namorados!

" Quer inovar o dia dos namorados? Termine tudo com ele hoje! ''


" Felizes aqueles que além de namorados (as) também são melhores amigos "


" Um dia alguém entrará na sua vida e te fará entender o porque todos os outros não ficaram ..."


" Vou passar o dia dos namorados sozinha, normal, e daí? Você passa o dia do indio com um indio? O dia da árvore com uma árvore?"


" Melhor passar o dia dos namorados sozinha do que o dia de finados com um defunto"


" Se não se lembra da menor loucura que o amor já te fez fazer, não amor,"

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Meu lápis falante

O lápis é quem pega e conduz minha mão, balança meus dedos fazendo curvas no papel,
quando não, são meus dedos que numa dança frenética movem por toques, o teclado.

Eu sei, eu sinto, eu acredito e não me importo com o que pensam sobre o que eu penso.
Mas, quem escreve muitas vezes em mim não sou eu mesma . . . 
Quando leio o que acabei de escrever, fico tão surpresa quanto aquele que lê pela primeira vez e, muitas dessas vezes duvido de mim.

Assim, sem me sentir autora, vou dando linha e linha para as palavras se arrumarem,
se vestirem sozinhas e darem vida as suas histórias.

A manga



Ela olhou pra cima e viu o pé de manga carregado e desejou alcançar uma delas. Pensou: "aquela bem rosada deve estar madura e doce, mas como vou pegá-la se está tão alta?''
Olhou em sua volta e não viu nada que pudesse usar para alcançar a sua tão desejada manga madura. Ficou ali por alguns minutinhos olhando pro alto, sedenta de por a boca no que imaginava ser um mel de madura, mas a manga nem balançava, mantinha-se resistente em seu pequeno e frágil galho.
Resolveu deitar-se a sombra do pé e aproveitar seu descanso para sonhar que a manga caíra.

Ao despertar do seu sono olhou quase imediatamente pra cima e avistou sua manga, que ainda se encontrava firme e presa ao galho que a sustentava. Ela deu um suspiro, olhou pra cima mais uma vez e resolveu ir embora. Enquanto caminhava e se afastava do seu fruto desejado, pensava . . . "De certo que essa manga não estava madura e nem doce, caso estivesse cairia aos meus pés de madura e desejosa por ser saboreada."

É melhor esperar o fruto cair de maduro do que arrancá-lo a força, não respeitando o seu tempo de amadurecimento. O sabor de uma fruta arrancada do pé sem antes completar o seu ciclo de amadurecimento, jamais terá o mesmo néctar das que naturalmente amadurecem no pé ...


Respeitando ciclos e seu tempo.

A minha alma (ainda) pouco imoral





Nunca me vi tão perplexa e boquiaberta, em êxtase melhor dizendo, como nesse fim de semana ao assistir o espetáculo: A Alma Imoral com Clarice Niskier, uma adaptação do livro de mesmo título, do rabino Nilton Bonder.

Seguiria Clarice em toda a sua turnê pelo Brasil, isso se pudesse, mas como a minha alma ainda de aprendiz não é em sua plenitude uma alma livre e imoral, preciso conduzí-la presa a um corpo ainda aprisionado pelos tantos conceitos do sistema a qual pertenço . . . e mesmo querendo sair por aí desbravando os muitos lugares que talvez não consiga conhecer por impossibilidade de rompimentos transgressores, o jeito é mesmo seguí-la no Youtube, nas vezes em que seu espetáculo estiver no Rio, ler o livro do rabino pela internet e tentar buscar uma mutação da minha ignorância que engatinha para uma possibilidade consciente (agora, embora, nunca seja tarde!) de alma imoral, sem perder a condição de ser coletivo e social. Mas de um ser humano que se sabe ser humano e que vê, e mesmo vendo , sabe que nem tudo aquilo que vê é o que é.

Abaixo vou citar algumas frases que lembro e outras que estou ainda lendo e relendo . . . 
De certo que numa tentativa de não perder-me do foco e nem de me ver absolutamente ignorante das deficiências a que estou anos submetida, faço aqui minhas próprias considerações!


''O problema, no entanto, está no fato de que é impossível mudar sem se expor ao erro absoluto."

-E assim me vi errando, ah meu humilde erro! E foi errando de um jeito tão tolo e desesperador que consegui através de uma exposição banal enxergar com os olhos de quem vê. Revelador e constrangedor sim, mas de um salto necessário para a proposta transgressora, sem perder a essência de tudo que aprendi. Desconstruir é de fato necessário, mas não deixar de existir na sua própria essência, como se morrer fosse a libertação para uma nova vida sem traços do que absorveu das experiencias passadas. Assumir, no mais amplo conceito de seu significado o erro e a tolice, já é imoral.

"A importância do presente está na responsabilidade que temos de honrar o passado e o futuro, numa medida artisticamente concebida de honrar compromissos e rompimentos."

-É com essa certeza que busco seguir numa tentativa de recriar e possibilitar um futuro de novos compromissos e rompimentos, sem jamais desacreditar que o presente pode ser uma responsabilidade menos penosa de honrar um futuro-passado. 


“O Apego ameaça e violenta a integridade de um ser humano da mesma maneira que uma traição. Somos capazes de medir a última, mas poucas vezes nos damos conta da violência que impomos à nossa alma.”

-Essa frase, me diz muito, muito do que precisava codificar pra entender que não se pode segurar pelas mãos nem pelo coração àquele que busca o desapego, nem ao outro nem a nós mesmos. Enxerguei muitas vezes como o cego que não sabe o que não vê, quando julguei à quem transgrediu ao meu lado sem me violentar, quando o que eu achava era justamente o contrário. Somos um tanto egoístas muitas vezes, por condicionar ao amor ou a contratos, relações que já se findaram pelo tempo concreto de plantio e colheita. Assim, diante do apego de um passado ou à alguém, nos violentamos por medo ou comodismo. Podemos esquecer o compromisso com o futuro por conveniência, por sermos tolos, por medo do desconhecido e violentarmo-nos a condição de viver o apego desmedido e a acomodação, ao invés de marcharmos.

"E quantos de nossos esforços e sacrifícios são, na verdade,  'oferendas' ao nada?''

- Quem já não teve a sensação de nadar no seco? Quem nunca se deu demais num projeto ou a alguém que não está preparado para receber ou nâo tem condições de reconhecer o tipo de oferenda que está recebendo? E quantas vezes não movemos montanhas para Maomés invisíveis? Quem nunca se deu demais a quem nada tinha condições de receber?

"Aqueles que se permitem transgressões da alma com certeza são vistos e recebidos pelos outros como estrangeiros. Os que mudam de emprego radicalmente, os que refazem relações amorosas, os que abandonam vícios, os que perdem medos, o que se libertam e os que rompem experimentam a solidão que só pode ser quebrada por outro que conheça essas experiências. A natureza da experiência pode ser totalmente distinta, mas eles se tornarão parceiros enquanto 'forasteiros'." - pág. 66

Começo a perceber a necessidade latente de encontrar a turma do meu real pertencimento - meus Raul's, Cazuza's, Janis . . . eu posso me dizer transgressora assim como meus ídolos, e a minha dor vai me conduzindo para uma solidão ao encontro da libertação e do reconhecimento de quem viveu experiencias semelhantes. Não vou recusar o processo da dor, porque sei que é preciso passar por ela para alcançar a paz interior e a sua purificação. Desnudo-me da carência que me aprisiona e do apego para sair do escuro e continuar a marcha. Deixe que me vejam como estrangeiro, pois o que aqui sou é mesmo um estrangeiro disposto a enfrentar todos os medos do caminho oculto, com a certeza de que solitários estrangeiros como eu cruzarão o meu caminho.

"Ainda cometeremos muitas crucificações, mas a derradeira, a que realmente está em jogo, é a nossa. Se não encontrarmos alguma forma de paz formada de tensão entre nosso corpo e nossa alma, entre nossa moral animal e nossa imoralidade, estamos ameaçados de não redimirmos nossa espécie." - pág. 118

- Que essa paz de tensão absoluta que hoje briga em desarmonia com meu corpo e minha alma, respire novamente e não me crucifique mais. 

"A vida saberá nos julgar não apenas pelas 'perversidades' que acreditamos poder evitar, mas também pelas 'tolices' que nos permitimos." - pág. 77

- Eu mudaria a palavra 'julgar' pela palavra 'perdoar', talvez porque acredito que a vida não nos possa julgar. Ela nos da condições e formas diferentes de vermos as tolices e as perversidades que praticamos, deixando para cada um de nós, o julgamento dos compromissos aos quais fomos capazes de nos fazermos.


Clique na figura para assistir um trecho da peça.

Para os que ainda não conseguiram assistir, aqui vai a dica: se comprometa com a possibilidade de assistir o espetáculo assim que ele voltar ao Rio . . . Clarice vai deixar sua alma irrequieta por 1h e 20 min, mas você poderá ter a chance de acalmá-la por muito tempo depois. Além de desfrutar da delicadeza e sutileza corporal em que a atriz conduz o espetáculo, pela música sensível e doce que te emocionará e principalmente pelo texto.  Lamentei muito não ter visto antes, mas me perdoo porque sei que talvez esse tenha sido o mais  apropriado momento para o meu entendimento.


Clarice Niskier, uma deusa, uma musa, uma grande atriz, sem roupa nenhuma no corpo, mas com todos os assessórios da alma para lhe conduzir a uma viagem além dos olhos físicos. A nudez de Clarice na peça é a verdadeira veste da alma. Parabéns e obrigada!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Exercício solitário





Solitária é a dor de uma perda.
Em sua volta pode existir o mundo,
pode estar cercado de milhões de pessoas, 
a dor será latente e pulsante em silêncio absoluto, apenas no seu peito.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mistérios sempre há de pintar por ai

Ela mexeu no cabelo, pintou, jogou, balançou e depois se maquiou.
Se vestiu como se fosse a uma festa de arromba, daquelas que só se chega em casa com o sol anunciando outro dia. Tomou um táxi sozinha e foi em direção ao seu destino. 
Saltou antes pra dar tempo de no caminho desistir, pensou . . . riu . . .  quase chorou . . . mas seguiu em frente.
Ela chegou como uma princesa, à quem todos esperavam ansiosos, brilhou como uma estrela, deu os sorrisos mais forçados que conseguiu e ninguém percebeu. A alma estava preservada!
A noite foi leve, dançou, bebeu, conversou sobre tudo, se sentiu viva, livre e com a autoestima renovada, afinal ela estava se sentindo há meses como uma blusa velha, rasgada e esquecida no fundo da gaveta.
Pensou baixinho: Onde estive, onde estaria se não fosse hoje? 
Alguém lhe ofereceu uma bebida (quente) e ela aceitou só para não ser desagradável. Enrolou com o copo na mão como quem faz charme. Se fez de ouvinte por uns instante e pediu licença, foi em direção a mesa onde estava uma pessoa que ela achava ser alguém do passado . . . tomou fôlego, pensou em passar direto e nem falar nada, mas foi parada imediatamente como se reencontrasse alí alguém que jamais deixou de ser presente.
Ela ficou embaraçada, sem assunto, suas bochechas tremeram e seu sorriso congelou, mas mesmo assim foi agradável e tentou a superficialidade temporária, afinal aquilo duraria no máximo 5 a 10 minutos de cena. Se surpreendeu. Em menos de meia hora estava sentada rindo, bebendo e revivendo um olhar mais natural e familiar, sem medo e sem ameaça. Ela balançou a cabeça, pra num gesto reconhecido, deixar claro que estava gostando e logo foi compreendida.
Ela acabou a noite numa festa particular inserida na festa que foi convidada, aquilo estava sendo pra ela uma verdadeira festa! Seu coração foi aos poucos se acalmando, batendo no ritmo mais normal do seu estado . . . de repente se lembrou do compromisso que tinha no dia seguinte bem cedo. Levantou-se, despediu-se de todos como se fossem todos seus amigos mais chegados. Num rápido levantar de cadeiras, lhe foi proposto uma carona, afinal ela estava sozinha àquela hora e a pé... frágil e já sem nenhum batom. Sua resposta saiu antes mesmo de pensar, coisa de segundos e ela agradeceu a carona, mas ainda assim foi acompanhada até pegar o táxi. Quando estava se despedindo e agradecendo teve um De Já Vù e disse rápido: Todo o universo conspira para que os males sejam quebrados e os espíritos sejam libertados! Riu jocosamente, jogou o cabelo pra frente, voltou a cabeça pra trás e deu-lhe um abraço bem apertado como se ali agora, renascesse duas novas pessoas!
Chegou em casa ainda cedo e colocou um cd antigo pra tocar, preparou uma dose pra comemorar sozinha, seu telefone fez um barulhinho conhecido, correu pra ver e era uma resposta: "O tempo é misterioso mas sábio, ele leva pra curar e traz de volta pra abençoar. Somos papéis ao vento, precisamos voar alto sem medo e escrever com ousadia a nossa história. Te quero muito bem, te quero feliz e sorridente sempre. Obrigada!"
Ela esperava outra mensagem, outra pessoa, mas ficou ali lendo e relendo aquela mensagem como se nunca acabasse, como se lesse um livro de muitas páginas . . . enxugava as lágrima e tornava a ler, como se quisesse decifrar um enigma ou simplesmente o significado de tudo aquilo ... transferir o que estava lendo para a sua história atual.
Por fim, deitou cansada e exausta em sua cama longa e macia, deitou pensando em não sonhar mais do que já tinha sonhado acordada. Surpreendentemente rezou e adormeceu.