segunda-feira, 30 de maio de 2011

A moça mais uma vez vai pra guerra!

Pra minha menina que já é uma mulher, mas muitas vezes se esquece disso.

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.

Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.

Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?

A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?

A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.

Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?

E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.

A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.

Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

 
(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Observatório natural da língua falada



De tanto conhecer pessoas e amigos que confessaram sobre o hábito ou costume, sei lá, de falarem sozinhos, venho reparando várias pessoas com esse mesmo costume. De repente vejo essas pessoas andando na rua, nos bares e restaurantes, nas filas, dentro dos carros e coletivos . . . 

Tenho alguns causos interessantes:

Um deles foi o de um senhor que devia ter aproximadamente seus 55 anos e estava sentado sozinho num bar em Botafogo. Eu passava de carro e parei em frente ao bar para esperar uma pessoa, não saí de dentro do carro e também não podia ser vista por conta do insufilme. Bom, olhei pra mesa onde nosso artista estava e vi que ele já havia consumido umas 3 garrafas de cerveja de 600ml. Isso já era um bom motivo pra soltar a língua. Ele fumava e bebia, gesticulava e fazia caretas, expressões de quem está concordando com o assunto, em outros momentos se aborrecia e ficava mais enérgico nos seus gestos e falas, depois voltava a concordar, sorria, por pelo menos umas 10 vezes puxou o canto todo da boca num gesto de quem diz: “que chato isso, hein”. Eu não conseguia mais parar de olhar praquele homem, parecia que o mundo havia parado, o resto das pessoas desaparecido e só existia eu e ele. E ele não estava nem aí, passavam pessoas, a garçonete limpava a mesa dele, trazia outra cerveja e, ele parava, dava atenção à ela e depois voltava a conversar com alguém que só ele via e conhecia. Ou será conversava com ele mesmo? Sei lá . . . só sei que de repente a pessoa que eu esperava chegou e graças a Deus me trouxe de volta pro mundo das pessoas visíveis.


Outro caso foi de uma mulher, menina ainda, não devia ter nem 30 anos. Eu estava andando pelo meu percurso normal, das reuniões no centro, e logo que saí do prédio e caminhei pela Carioca, eu a vi. Toda arrumadinha, fumava e falava sem parar, carregava uma bolsa estilosa e seu papo parecia bem animado. Ela falava baixinho, mas dava pra perceber que havia uma expressão de animação em seu rosto, também fazia gestos, ria pelos cantos da boca e às vezes fazia uma cara de quem busca justificar que não é louca e que não está falando sozinha, está apenas tendo insights. Isso me faz lembrar de uma amiga que fez um curso chamado insight e parece que ainda não voltou . . .parece uma borboleta colorida voando pela Cidade e pousando nas flores, escorregando nos arco-íris, cantarolando jota Quest "Dias melhores pra sempre . . ." Bom, mas esse é assunto para outro post. Voltando a moça entusiasmada, eu caminhava lado a lado com ela numa distância razoável para que ela não percebesse a minha curiosidade em observá-la. E de rabo de olho eu ia lhe seguindo, cada gesto e palavra sussurrada. Não dava realmente pra ouvir nada do que ela falava, o barulho da cidade me impedia, mas ficou claro pra mim que ela estava num transe só dela, senti a mesma sensação que tive com o homem do bar . . . parecia que o mundo havia parado em mim e nela. Ai, que pavor! Quando eu estava para entrar no metrô, ela seguiu em frente. Confesso que me senti aliviada, libertada de uma corrente invisível que essas pessoas nos enlaçam. Parece MATRIX, saca?


Essa semana, parei meu carro num sinal ao lado de outro carro, olhei pro lado e vi o cara falando sozinho dentro do carro. Não não, ele não estava cantando e nem falando no viva voz, porque ele falava e fazia aqueles gestos habituais de quem já fala sozinho por hobby mesmo, já estou ficando craque em reconhecer esses tipos. Eu fiquei ali o tempo do sinal olhando e tentando decifrar se era animado, triste, chateado, irritado, surpreso, o assunto/tema dessa fantasmagórica conversa, mas não deu muito tempo. Só sei que ele estava tão envolvido que o sinal abriu e ele não saiu com o carro e eu muito menos, pois estava observando ele. Os carros buzinaram e fui obrigada a deixar aquele sujeito sem estabelecer a tal conexão da corrente. Garças a Deus!!!


Eu não consigo falar sozinha de jeito nenhum, nem em casa com portas e janelas fechadas, tenho a maior dificuldade, acho que é coisa do signo, sou taurina e meus pés estão cravados na terra e na realidade. Talvez por isso fico tão enfeitiçada olhando essas pessoas . . . são tão diferentes, tão mais soltas e desprendidas. . .
Não vou negar que tenho um pouco de medinho, sei lá, vai que elas estão mesmo conversando com alguém que eu não vejo?


Sendo psicóloga já fui questionada sobre o que acho dessas pessoas – Será que é esquizofrenia? Pode ser espiritual, encosto de algum espírito? Sinceramente, não sei e nem estou a fim de conceituar ou trazer essa discussão, apenas relatar que o fato dessas pessoas agirem diferente da maioria (será?), causa sempre um estranhar de curiosidade e medo.
Ah! Como disse lá no início, tenho muitas amigas que falam sozinhas, com ou sem ajuda de espelho,  elas me parecem normais, ou melhor, não esquizofrênicas, e nem possuidas por algum espírito, só quando bebem e conversam de verdade com alguém bem visível, kkkk!

Olhar de turista

É com freqüência que estou participando de reuniões no Centro da Cidade e, é com a mesma freqüência que me pego deslumbrada com os monumentos, prédios, ruas, centros culturais e tudo mais que qualquer turista em nossa cidade se encantaria. E isso aconteceu recentemente quando voltava, já de noitinha, pra pegar meu carro no estacionamento da Catedral. Ela estava toda iluminada e a cada 3 ou 5 minutos, mudava de cor. Uau!!! Fiquei ali igual um turista olhando e fotografando cada mudança de cor. Pensei comigo: Porque este estacionamento está aqui em volta dessa belezura estragando seu brilho? Acho que muitas vezes é isso que estraga o que temos de mais belo em nosso País . . . a falta de valorização e manutenção das jóias naturais e monumentais que o Rio nos agracia. Tipo um estado de pouca importância para o que é nosso.


Não sou uma pessoa viajada, viajei muito menos do que gostaria, mas tenho o olhar de quem já morou na Europa e conheceu Portugal de cabo a rabo, o interior da França, Sevilla e Barcelona na Espanha, Andorra e os Pirineus. Também já pousei em Miami e Orlando, contemplando as delícias da Disney como todo  adolescente. Escolhi por 4 vezes Buenos Aires e recentemente a Patagônia Argentina pra passar as poucas férias que meu trabalho permite.
Não há como negar os encantos desses lugares, a cultura, o clima, as pessoas, a natureza e a gastronomia, mas quando olho o meu País e principalmente, o Rio de Janeiro, com olhar de turista, fico muito mais encantada do que em qualquer viagem que já tenha feito.

 Foto do celular - caminhando pro estacionamento da Catedral

Foto do celular - da janela do Shopping Botafogo

Experimente se dar ao luxo (luxo sim!) de andar e passear pelo Rio (Zona Sul e Centro) e olhar com atenção e delicadeza o que temos a nossa volta. Olhe os mesmos lugares que você já viu, já conheceu ou que passa todos os dias e, procure olhar como se não fosse um brasileiro, mas um turista que vê pela primeira vez as nossas belezas. Depois me conta!


Encontrando meu filhotinho no estacionamento e não resistindo sua beleza!!!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

É mesmo pra lamentar!

Segundo Gustavo Venturi, quem mais estudou discrimina menos.
Especialistas lamentam suspensão do kit contra homofobia nas escolas

Lendo a matéria de hoje no IG, fiquei boquiaberta de saber que a nossa Presidenta, por pressões religiosas e do próprio congresso, teve que suspender os kits que seriam distribuídos nas escolas públicas, para o combate à homofobia.

Sozinha, a escola não será capaz de combater o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. Mas o ambiente escolar é o local mais promissor para por fim à homofobia. Essa é conclusão de um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiftung (RLS), em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do País. Por isso, Gustavo Venturi, coordenador do estudo, defende que o debate sobre esse tipo de discriminação faça parte das aulas, inclusive na infância.

De acordo com os dados da pesquisa, que será transformada em livro este mês, enquanto metade dos brasileiros que nunca frequentou a escola assume comportamentos homofóbicos, apenas um em cada dez brasileiros que cursaram o ensino superior apresentam o mesmo comportamento

Se pesquisas provam que é por meio de estudo e de conhecimento que se combate a descriminação, obviamente, pois quanto mais ignorante, menos condições esclarecedoras e analíticas se tem para entender e argumentar qualquer assunto. Aliás, acho que eu e a torcida toda do flamengo já sabiam disso!

Apresentados em algumas audiências no Congresso Nacional, os vídeos levantaram polêmica, especialmente entre os parlamentares de bancadas religiosas que, na tarde de quarta-feira, se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff e conseguiram a suspensão da produção e distribuição do material pelo Ministério da Educação. Nesta quinta-feira, o ministro Fernando Haddad deve se reunir com a presidenta para ser comunicado oficialmente da decisão. No Ceará, onde cumpriu agenda nesta quarta-feira, Haddad disse que o assunto está encerrado, o governo chegou a um acordo e ele não vai mais falar sobre o tema.

De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a presidenta não teria gostado do tom das produções. O deputado carioca Antony Garotinho (PR-RJ) admitiu que, para convencer o governo a suspender a produção do material, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.

Mas o fato é, como a religião pode interferir sobre um assunto que não cabe a ela decidir ou impedir? Sim, porque ela não se mete no conteúdo sobre matemática, estatística, geometria, mas acha que pode se meter no conteúdo sobre racismo, homofobia, direitos humanos, etc? Quem deu tanto poder à Igreja assim, Deus? Então porque a Igreja, ou melhor, seus representantes, sendo legítimos representantes da ordem e da máxima divindade não assumem esse País e impedem os assassinatos em série nas escolas, os estupros cometidos por doentes e desajustados sexuais, as agressões e assassinatos aos homossexuais . . . que solução a Igreja pode dar para extinguir essas aberrações?

Repercussões

Além de o tema ter movimentado as redes sociais, com opiniões contrárias e a favor da decisão, a suspensão foi criticada por especialistas no assunto. Para eles, o veto de Dilma ao material representa um retrocesso para as discussões de igualdade de direitos humanos. Para Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero, não há forma mais eficaz de promover a igualdade de direitos do que introduzir na escola a sensibilização para o tema de forma pedagógica.

“Há uma pressão indevida e desnecessária de grupos religiosos para isso. Não havia nada que ameaçasse a religião ou a integridade de crenças no material”, garante. Débora lembra ainda que as crianças e os adolescentes são mais abertos à discussão sobre promoção de cidadania e discriminação e, por isso, a escola tem de assumir o papel de conversar sobre o tema. Angela Soligo, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), teme mais atrasos na discussão sobre preconceito dentro da escola.

“É responsabilidade da área educacional discutir esse tema. Há muitas coisas que podem melhorar no material, mas ele não é de má qualidade. O Manual das Coisas Importantes, que faz parte do kit, por exemplo, é muito bonito e bem feito”, afirma. Angela espera que a presidenta volte atrás em sua decisão. “O material é necessário para os professores qualificarem a discussão e terem apoio, mas a falta dele não pode justificar a omissão de trabalhar o tema na escola”, ressalta.

Maria Helena Franco, coordenadora de criação dos vídeos que fazem parte do kit Educação sem Homofobia, produzidos pela Ecos – Comunicação em Sexualidade, lamenta a decisão da presidenta. Ela afirma que há muitas pessoas criticando o material sem conhecer seu conteúdo. “O foco desse material é levar para as escolas de ensino médio e para educadores e educadoras uma ajuda para erradicar a homofobia. É um apoio que faz falta para eles”, diz


Eu sou de uma geração onde se falar sobre Política, Sexo, Drogas e até Rock in Roll era censurando, mas hoje, em pleno século XXI, ler uma matéria como essa é realmente voltar ao tempo e, voltar a lama do tempo!

Vamos sair da ignorância meu povo, libera o kit Tia Dilma!!!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fim de semana cultural

Adorei!!!
O jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996) inspirou o espetáculo Mulheres de Caio, onde aparecem alguns de seus principais contos sobre as facetas do mundo feminino.
O drama traz oito mulheres vividas pelas atrizes Linn Jardim, Paula Guimarães, Patrícia Elizardo, Bruna Spinola, Rhavine Crisphim, Carol Fazu, Joana Gervais e Larissa Sarmento. No palco, o grupo expõe intimidades ao falar de amor, morte, paixão, sexo e solidão a partir dos textos O Príncipe Sapo, Creme de Alface, Os Sobreviventes e Dama da Noite.

Teatro Café Pequeno - Leblon




No cinema - Muito bom!!!
Na trama, os personagens vivem situações decisivas, como a mulher que descobre que o amante usava remédio para aumentar a potência; o casal que resolve ter outros parceiros; o farmacêutico que seduz a melhor amiga; o homem que se descobre atraído por outros homens, mesmo amando a mulher; e o casal que se conheceu via internet e sempre se encontrava no escuro, até que o acaso revela mais do que gostariam.


sábado, 7 de maio de 2011

Patagônia Argentina

Ah! Viajar . . . tem coisa melhor nessa vida?
Havia tempos que eu não fazia uma viagem tão legal e tão boa, principalmente porque tudo foi decido as pressas e tudo saiu "quase perfeito", senão fosse o hotel reservado pela internet em Buenos Aires. Nunca, jamais se hospede no Apart Hotel America Studios na rua Uruguay, aquilo lá é uma espelunca, um verdadeiro puleiro, até mofo aparente nas paredes e box com vazamento você ganha de brinde.
Mas isso foi apenas um pequeno detalhe, porque a viagem mesmo foi para PATAGÔNIA, BsAs foi só um pit stop e, os hotéis e passeios em El Calafate e Ushuaia superaram as expectativas e fizeram esse pequeno detalhe ficar no esquecimento.
As belezas naturais desses lugares são tão extravagantes que nos enchem os olhos de pura emoção. Me peguei várias vezes com lágrimas nos olhos de tanta emoção e satisfação por estar viva e tendo o privilégio de ver de perto tamanha prova de Deus entre nós.  Já estou com saudades e querendo voltar!

Se você ainda não foi, nem discuta, não perca mais tempo, VÁ correndo!
 El Calafate
 Glaciar Perito Moreno
Passarela para o Glaciar

Lagoa verde - Parque Nacional da Terra Del Fuego

 Lago Escondido - Ushuaia

 Canal de Beagle - Ushuaia - Ilha Del Lobos

El Calafate - Local histórico onde viveram os índios


Aproveitando uma frase roubada,
"Todo mundo deveria poder vir aqui e ver isso tudo de perto!"