sábado, 30 de outubro de 2010

O adeus à minha Carol

Hoje às 15:30 Carolzinha descansou em paz deixando em mim e em todos que conviveram com ela, muita saudade. Carol terá sempre o seu espaço cativo (enorme!) no meu coração e nas minhas recordações.

Não aceitei as facilidades e conformidades da clínica para sepultá-la em cemitérios de animais e nem para cremá-la. Escolhi um lugar bem bonito nas Paineiras, quase um pequeno bosque, entre uma pedra lisa e bonita e uma árvore alta, de próprio punho cavei sua morada. Plantei mudinhas de flores e, com as amigas Mel e Nil, fiz uma pequena cerimônia de agradecimento e despedida, foi simples, mas bonita e íntima. As Paineiras sempre foi um dos lugares que gostei muito de ir, agora terei mais um motivo para voltar e apreciar o lugar.

- Aos seres da floresta pedimos permissão para sua entrada
Que te recebam como espírito de paz para a nova morada
Da terra o sumo e a generosidade,
Do vento a liberdade
Da chuva a beleza e a harmonia
Da noite sua coragem
Do dia o sol sempre a te iluminar
E do silêncio a nossa eterna saudade.
Carol 24/08/1994 - 30/10/2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Carol - line


Quero escrever sobre ela, sobre o que estou sentindo, mas me falta ar, me sinto prisioneira de um nó que trava minhas mãos e meu pensamento nessa hora. Parece que o sentimento calcificou em mim, como um computador que congela e não se consegue mais digitar nada. Talvez ainda precise amadurecer esse sentimento, me tornar mais íntima dele e identificá-lo ou não.
Quando chego perto dela, vivo a fusão da dor de saber que está partindo e a alegria de ainda estar viva, o orgulho de ver o quanto é guerreira e luta contra o óbvio.

Hoje foi muito difícil deixá-la na clínica e ir embora sozinha. Ao me despedir vi aquela que já foi tão feroz como uma jaguatirica, agora uma gatinha pequena, frágil e carente me olhando como se me pedisse: "fica comigo, não me deixa aqui sozinha, tô com medo". Inelizmente não tive outra alternativa, pois ela precisa de soro, medicamentos e exames mais profundos para tentar, quem sabe, uma quimioterapia.

Tive ao meu lado o ombro e a força amiga de quem compartilha do mesmo amor pelos animais e, isso fez toda diferença pra redobrar minhas forças e minha coragem na hora de decidir entre renunciar a tudo e levá-la embora comigo pra casa ou deixá-la internada. Mesmo partindo meu coração, acho que tomei a decisão mais certa, não posso desistir de tentar, por mim e por ela.

Carol é uma felina de 16 anos, branquinha de olhos verdes, está comigo desde que tinha 2 meses de vida. Vivemos juntas momentos inesquecíveis, ela participou de tantas aventuras e fases que marcaram a minha vida, que é como se fosse minha cúmplice, minha amiga confidente e companheira. Hoje, cansada e sem conseguir comer há 2 semanas, sobrevive em casa apenas bebendo soro caseiro e se alimentando dos chamegos e dengos que a minha mãe lhe faz. Luta resistentemente contra o câncer e nos faz cada vez mais fãs da sua garra e da sua força pra viver.

Incrível como ela se mantem viva, nem a veterinária acredita que consegue resistir tanto e tão fortemente sem comida por tanto tempo, mas ela está, como costumo dizer, "aberta pra vida", com seus olhinhos sempre atentos e suas garras preparadas para defender-se.
Tô nessa luta com você e por você, Caca!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O dia que a previsão preveniu

Foi assim que aconteceu . . .


Saí de casa hoje pra fazer exame de sangue (rotina) e desde que a recepcionista abriu a boca, meu dia parece ter ficado nublado. Numa lista de 12 pedidos de avaliação, 01 não poderia ser feito naquela hora porque faltavam 15 minutos para encerrar o atendimento daquele tipo de exame. Pensei, pensei e decidi que levaria uma agulhadinha hoje e outra amanhã, afinal já estava atrasada para o trabalho mesmo e havia enfrentado uma fila sensacional no Sérgio Franco do Leblon - nunca pensei que aquele lugar imenso poderia lotar, mas dá uma passadinha por lá de 8 às 9h . . .

Bom, após a agulhada (sem dor) corri para o trabalho pra pegar um pouco da manhã ainda no escritório, pois teria reunião à tarde em outro local. Acabei me estendendo e respondendo alguns e-mails e tomando providências em processos mais urgentes. Quando vi a hora já estava atrasada para a reunião e nem tinha almoçado. Fechei tudo, corri pro restaurante e . . . pensando em comer rápido e sair voando pela janela do restaurante, eis que encontro o meu amigo Silvio. Ele estava cheio de disposição para aquele nosso bate papo gastronômico, mas fui logo falando: “Silvio, tô cheia de pressa, tenho uma reunião na Cidade, vou comer bem rápido e sair, ok?” Ele nem escutou, continuou a falar e me perguntar o motivo do sumiço, expliquei que quando sumo não quer dizer que estou de férias, mas que estou trabalhando mais e bem longe, pelos interiores desse globo. Ele quis aprofundar, saber mais, onde, como, o quê . . . “ai meu Deus. . . vem Silvio, vem me seguindo, vamos pagar e eu vou te contando” . . . e ele veio . . . passamos do caixa . . . e ele continuou a me seguir, parei no telefone interno pra perguntar o local da reunião pra minha chefe porque tive uma ausência súbita (isso vem acontecendo), e ele alí parado esperando eu continuar a história . . . quando desliguei o telefone lhe disse: “Tchau, amanhã continuo a viagem pra você, agora vou pegar um tele-transporte e aparecer lá no Ventura . . . fui” . . . e lá fui eu.
Fui com meu carro mesmo porque depois da reunião iria embora pra casa. Larguei o fom fom no estacionamento da Catedral. Sabe quanto custa 1 hora? Nem te conto!
Ufa, enfim na Cidade, mas muito atrasada. . . corre-corre-corre . . .

Peguei o elevador modernoso do Edifício Ventura na Avenida Chile com destino ao 18 andar e me distraí completamente com aquela tv que colocam no elevador com esse propósito mesmo e, desci 2 andares antes. Não percebendo, fui direto pra sala 02 de reunião que não existia nesse andar e a recepcionista me disse que não havia nenhuma sala de reunião ali. Eu insisti e disse que tinha uma reunião do projeto de Voluntariado com a Priscila e, insistindo comigo ela me disse que ali além de não ter sala de reunião nenhuma, também não tinha nenhuma Priscila . . . foi quando pensei cá comigo: “Ai my dog, será que estou no prédio errado?” Tive que dar uma de louca e perguntar pra recepcionista com a maior cara de - ta tudo normal comigo – “Onde estou?” E ela me respondeu como se realmente tudo que estava acontecendo ali fosse normal, “A senhora está no 16 andar do Edifício Ventura”. Como um flash eu recuperei a sanidade mental e saí correndo agradecendo a ela e gritando. . . “ta certo, ta certo, não é mesmo aqui não”.
Se fosse pra dar certo eu teria subido os 2 andares pela escada, mas como já prevê a lei de Murphy "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Apertei o botão de subir e imediatamente o elevador parou na minha frente, não podia duvidar de tanta sorte naquele momento e entrei feliz, mas após uns 20 segundos não tive a menor dúvida de que tudo começou naquele laboratório, pois o elevador desceu e foi até o térreo. Bom, muito bom, o jeito era me acalmar e pedir muitas desculpas ao abrir a porta da sala 2 de reunião no 18 andar, quando chegasse se chegasse. Assim foi, ao conseguir chegar no destino, abri a porta e fui logo me desculpando da hora etc e tal, mas ouvi de resposta do grupo a seguinte frase de acalanto: “Não se preocupe, ainda nem começamos”. Oh no! Isso deveria me acalmar, me aliviar, minimizar a culpa que estava sentindo, mas não, na na ni na não, isso me deu nos nervos, tive vontade de sair voando pela janela que mais parecia uma rampa de vôo livre para uma sobrevoada no Centro da Máquina engravatada da Cidade.

Respirei fundo e me guardei, nunca se sabe o que te espera mais a frente. Fiquei ali olhando um por um, tomei um café, bebi uma água e me disse baixinho, “Se não estivesse no finalzinho dela, iria atribuir isso tudo a TPM”, coitada, sempre leva o pato. Tentei ouvir mais do que falar, não foi fácil, mas o momento pedia que fosse assim.
Acabou a reunião e eu corri como quem está numa competição, na verdade estava, só que era com o relógio do estacionamento, pois faltavam 10 minutinhos pra virar mais 1h e isso iria me custar os olhos da bolsa. Consegui graças às pernas ainda em forma, eu consegui e vibrei como quem ganha mesmo uma competição. Esse foi o momento mais leve e prazeroso do meu dia.
No caminho pra casa passei na Lagoa pra ver se o grupo de bike e canoa estava por lá e, dei com a cara nas canoas viradas e uma chuva fina que caia. Meu rádio tocou e era uma amiga lembrando do show da Fafá de Belém no Teatro Clara Nunes hoje às 21h . . . . convite, carteirinha, fulana, sicrano, vai, não vai, jantamos, compramos, agora, mais tarde, táxi, carro, estacionamento, casa . . . “CHEGA!!! Não vou, não quero, não vou nem de graça mais a lugar nenhum, já estou no caminho de casa, vou ouvir meu coração e ele quer ir correndo pra casa, tomar aquela sopinha de ervilha fresquinha que vou preparar, deitar e ler “A cura de Schopenhauer”.
Para minha paz de espírito e bem geral da nação, assim foi!

- Dá uma olhadinha no meu post abaixo. . . que coisa né?
Espero que o resto também seja tão verdadeiro quanto à previsão de “não irá querer renunciar a isolar-se para reencontrar a paz interior.”

Quando o Horóscopo se torna real

TOURO
Durante esta fase você terá a possibilidade de obter uma promoção profissional e melhorar as condições de vida após tantas tristezas. Você estará muito introvertido e não irá querer renunciar a isolar-se para reencontrar a paz interior. Os Astros, ao contrário, sugerem de abrir-se com a pessoa amada, tornando-a cúmplice.
 
horoscopofree.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Informe importante

Faltam exatamente 70 dias para virar 2011!


Liga não, isso é saudade de escrever no blog.
Passei duas semanas viajando, longe de tudo e de todos, assistindo a vida da janela do carro, cruzando Cidades e Municipios, entrando e saindo de Prefeituras, Gabinetes, Secretarias e Associações. Passando pelos mais variados hotéis pra dormir e descansar o corpo e a mente, partindo sempre bem cedo pra concluir a missão.

Mas . . . na verdade mesmo, o meu remédio pra descansar a mente é escrever. 

21 - Nº 11

Aquele caminho pouco acessível que escondia a dimensão da jornada, ficou mais florido e verde. Não abstêmio de tempestades e pragas, mas nada como um sopro de coragem e amor pra primavera nos presentear.


"Eu vejo um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não." - Lulu Santos

Mistura de encanto e raiva!

Recomendo, simplesmente recomendo!
TROPA DE ELITE 2
Fiquei paralisada um tempo.
Sair do cinema não significa sair do filme . . . e . . . sair do filme só te faz entrar mais na realidade. Quando a porta do cinema abriu, um flash, segundos,  eu não sabia pra onde ia, onde estava, sei lá, uma estranheza, um misto de encanto e raiva. Feliz com os protagonistas, com a direção, a coragem, a interpretação, a história e com muita raiva do sistema, das portas que não se abrem . . . tudo se mistura, arte, cena, ficção - realidade.
Fui esperando um reprise do 1º Tropa, onde as cenas de violência, apesar de muito retratar a realidade dos morros, as guerras entre os donos dos morros e a Tropa de Elite - o BOPE, eram o carro chefe e o delírio da platéia. Fiquei surpresa com a estratégia, o roteiro, e a inteligência com que as manobras ilícitas foram mencionadas - que filme bem feito, que raiva de tudo aquilo que eu já sei, de tudo aquilo que não conseguimos, ainda, mudar! Dos acordos, dos políticos, do Poder Público, dos conchavos, dos ignorantes que saboreiam o controle e o poder, que manipulam as nossas vidas por meio da segurança insegura e desarmada, refém da negociata.
Sai da sessão tão lunática e paralisada como quando assisti "Nosso Lar" - acho que as "ficções"  mexem demais comigo!


 E vamos combinar, o Wagner além de boa pinta é bom ator pra caramba!!!


domingo, 17 de outubro de 2010

Viajando pela orla

Melhorou um cadinho . . . apesar de ser trabalho!


Roteiro 18 a 21
Buzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, Saquarema e Maricá

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Onde fica o fim do mundo?


Eu também não sabia até hoje, quando fui apresentada.
Putz Grilo!!!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Viajando pelo interior

Não era bem essa a viagem que pedi a Deus, ah não era mesmo!
Roteiro de 13 a 15
Campos - Quissamã - Barra de São João - Carapebus - Macaé - Rio das Ostras

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Conselhos por e-mail

"Com o tempo,  aprendemos que experimentar o amor nos alimenta muito mais do que experimentar a dor…Escolhas, sempre escolhas"
 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Me rendo - Acústica já!


O Leblon a noite virou um faroeste quando se trata de valer a Lei do Silêncio. Os inúmeros bares com suas calçadas lotadas de mesinhas ilegais e beberrões, enlouquecem a vizinhança, principalmente aquela (eu) que mora num prédio onde existe um bar embaixo. Quem diria que o paraíso chique de Manoel Carlos nas novelas, um bairro considerado tão nobre e caro, se tornasse um campo de guerrilha pela falta de ordem pública. Nem o senhor excelentíssimo Governador, que mora no mesmo bairro (recuado e blindado), é capaz de tomar providências!

Não é sacanagem, os bares não fecham, não existe horário para encerrar o expediente, a regra é até o último cliente e, cliente é o que não falta no bairro. Parece que o Rio inteiro vem beber aqui. Poderíamos sugerir ao nosso digníssimo governador, uma reforma e mudar o nome para Beblon ou Cachablon. 


Se ainda assim quiser morar no Leblon, suba! Escolha o alto, o limite entre o asfalto e a comunidade, pois no bairro nobre e no baixo Leblon está insuportável se viver em paz e com silêncio!


Literalmente peço penico, não aguento mais minha janela
Antes de viajar minhas paredes vou fixar uma anti-ruído nelas!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pro Pedro


Meu Pedro já foi pequeno um dia
Já fez castelos na areia da praia
Já chegou suado do colégio com a roupa encardida
Pedro hoje voa no céu, se tornou paraquedista
Pedro ainda é menino às minhas vistas
mas fica tão bonito em foco mesmo que embaralhado
Pedro lindo menino traquino
Pedro forte homem corajoso
Pedro sobrinho amigo carinhoso

Cântico Xamânico



GUERREIRO DA PAZ
Orestes Grokar

Eu chamo a força, eu chamo a força
eu chamo a força
força das pedras para me firmar
Eu chamo a terra, eu chamo a terra
eu chamo a terra
eu chamo a terra para me enraizar

Eu chamo o vento, eu chamo o vento
eu chamo o vento
eu chamo o vento vem me elevar
Eu chamo o fogo, eu chamo o fogo
eu chamo o fogo
eu chamo o fogo para me purificar

Eu chamo a Lua, chamo o Sol
chamo as estrelas
Chamo o universo para me iluminar
Eu chamo a água, chamo a chuva
e chamo o rio
Eu chamo todos para me lavar

Eu chamo o raio, o relâmpago e o trovão
Eu chamo todo o poder da criação
Eu chamo o mar, chamo o céu e o infinito
Eu chamo todos para nos libertar

Eu chamo Cristo, eu chamo Budha
Eu chamo Krishna
Eu chamo a força de todos orixás
Eu chamo todos com suas forças divinas
Eu quero ver o universo iluminar

Eu agradeço pela vida e a coragem
Ao universo pela oportunidade
E a minha vida eu dedico com amor
Ao sonho vivo da nossa humanidade

Sou mensageiro, sou cometa, eu sou indígena
Eu sou filho da nação do Arco Íris
Com meus irmãos eu vou ser mais um guerreiro
Na nobre causa do Inka Redentor

Eu sou guerreiro, eu sou guerreiro e vou lutando
A minha espada é a palavra do amor
O meu escudo é a bondade no meu peito
E o meu elmo são os dons do meu senhor

Eu agradeço a nossa Mãe e ao nosso Pai
E aos meus irmãos por todos me ajudar
A minha glória para todos eu entrego
Porque nós todos somos um nesta união

Ñdarei a sã
ñdarei a sã
ñdarei a sã

Desde o principio
todos nós somos irmãos!

Orei ouá
Orei ouá
Orei ouá

Viva o Poder de todo o universo!
___________________________xxxx_____________________________

Nação Tutumbaiê
Centro de Medicinas da Mãe Terra e do Pai Sol
Localizada em Santa Maria/RS.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Comendo 20 pontos por dia e quase levitando . . .

COMER... REZAR... AMAR...


Não foi decepcionante não, mas também não foi tão emocionante como ler o livro. Costuma ser sempre assim, o filme parece não ser suficientemente capaz de transmitir toda emoção que o livro te fez sentir. É natural, eu acho. O livro tem palavras, frases recheadas de experiências, silêncios, pausas, nomes de pessoas e lugares, tudo pra você exercitar o imaginário, a projeção invisível da sua própria criação, te fazer pensar sobre as inspirações ainda não realizadas, as suas próprias decepções e aflições . . . O livro te remete pra dentro, te permite viajar e te faz personagem principal dentro e fora da história.

O filme até parece outra história, passada em outro momento e, apesar de lindo - já é, está pronto, desenhado, tem forma, cor, música e pessoas reais. . . Você gosta ou não gosta.

Enfim, o filme fez-me relembrar de quando li o livro. Foi um momento muito difícil que atravessei e tive de ser forte para me manter inteira, apesar de muito fragmentada. Muitos dos anseios e questionamentos que Elizabeth faz em seu livro, eu também me fiz. No ano de 2007 vendi minha casa, estava  morando num quarto na casa de meus pais e meus pertences ficaram por 1 ano num deposito, isso era pra mim quase um pedaço amputado. Ainda no mesmo ano, perdi minha tia, a pessoa pela qual nutria um sentimento muito forte, como se fora minha própria mãe.  Era como se o mundo estivesse se fechando pra mim,  passei momentos de angustia e desilusão com as pessoas e achava que nunca mais enxergaria colorido novamente. Pra finalizar, no ano seguinte terminei um relacionamento longo e estável mas que já estava desgastado e confuso pra ambos.

 

Como por providência do destino, ganhei o livro COMER, REZAR, AMAR no dia dos namorados e um mês depois estava solteira lendo o livro. Todo fim de relacionamento, por pior que ele esteja, quando chega a hora do fim te faz sofrer, recolher, repensar . . . e o meu caminho para o reencontro comigo mesma foi pela porta do autoconhecimento, do encontro com Deus interior, com a paz e o amor. Perdi muitas coisas e pessoas importantes nessa época, foi literalmente um ano muito difícil.

Assim, durante a leitura do livro, me vi muitas vezes na alma de Liz, era uma mistura tal que mais parecia “nossa” aquela história. Como ela, também fui em busca de Deus. E foi no budismo que me encontrei comigo mesma, que me perdoei, que me libertei dos “nós” invisíveis que vamos construindo e carregando ao longo da vida. Foi assim que literalmente encontrei o Deus que habita dentro de mim e que me conduz para o caminho da luz, da paz e do amor. Não sou pura nem perfeita, mas hoje tenho poucos medos, nenhuma raiva ou magoa, nada “mal resolvido”, pois sei que tudo que acontece é sempre para o bem, com o propósito de renovar e aprimorar. São os chamados para a reflexão, a pausa, o silêncio interior – a dor é como remédio ardido que cura – a lagarta precisa morrer para finalmente em forma de borboleta viver livre e voar colorida encantando outras estações. Processos fazem parte de nós! Nada é por acaso e por isso devemos nos permitir mais, confiarmos livres e de braços abertos, sempre prontos para novos ensinamentos e chamados.
Pra tudo há uma explicação, mesmo que leve muito tempo pra conseguir entender ou encontrar a resposta, a vida por sí só, se encarrega de nos mostrar e nos redirecionar. Pra isso basta estar com os canais bem abertos para ouvir, ver e sentir . . . Confiar em sí mesmo e nas suas intuições. Enfim, sigo na construção da minha história, feliz de ser quem sou, estar onde estou, aceitando mais as minhas deficiências e qualidades, me relacionando com as pessoas com mais paciência, afeto e liberdade, sem a menor pretensão de conduzi-las ou modificá-las. Hoje percebo e aceito melhor as diferenças e habilidades de cada um. Desapegada dos quadros, dos móveis, dos cômodos e, como diz uma amiga, querendo muito viajar minhas paredes.

O que fica são as lições aprendidas, o que pudemos ajudar a somar e o que nos ajudaram a compreender e aprimorar em nós mesmos. Com esforço, dedicação e fé, reconstruí minha vida material, emocional e espiritual, porque todo mundo merece, basta querer e acreditar que é merecedor. Todo mundo nasce pra ser feliz!

O filme é ótimo, o livro melhor ainda, ambos valem muito a pena!

sábado, 2 de outubro de 2010

Aprendiz

Com a vida aprendo todos os dias a missão de ser aprendiz
Na vida tenho o direito de ser feliz e construir a paz interior
Ninguém pode me roubar ou tirar esse presente concedido.

Nam-myoho-renge-kyo



O meu mundo é leve e perfeito
meu mundo é colorido e harmônico
meu mundo é uma festa embalada por cânticos sagrados
meus dias são de luz e de saúde
meus dias são de amor e paz
Eu escolho o mundo que mora dentro e fora de mim
Eu vivo a alegria de estar viva e poder compartilhar
Eu vivo e escolho todos os dias ser feliz!