terça-feira, 26 de outubro de 2010

O dia que a previsão preveniu

Foi assim que aconteceu . . .


Saí de casa hoje pra fazer exame de sangue (rotina) e desde que a recepcionista abriu a boca, meu dia parece ter ficado nublado. Numa lista de 12 pedidos de avaliação, 01 não poderia ser feito naquela hora porque faltavam 15 minutos para encerrar o atendimento daquele tipo de exame. Pensei, pensei e decidi que levaria uma agulhadinha hoje e outra amanhã, afinal já estava atrasada para o trabalho mesmo e havia enfrentado uma fila sensacional no Sérgio Franco do Leblon - nunca pensei que aquele lugar imenso poderia lotar, mas dá uma passadinha por lá de 8 às 9h . . .

Bom, após a agulhada (sem dor) corri para o trabalho pra pegar um pouco da manhã ainda no escritório, pois teria reunião à tarde em outro local. Acabei me estendendo e respondendo alguns e-mails e tomando providências em processos mais urgentes. Quando vi a hora já estava atrasada para a reunião e nem tinha almoçado. Fechei tudo, corri pro restaurante e . . . pensando em comer rápido e sair voando pela janela do restaurante, eis que encontro o meu amigo Silvio. Ele estava cheio de disposição para aquele nosso bate papo gastronômico, mas fui logo falando: “Silvio, tô cheia de pressa, tenho uma reunião na Cidade, vou comer bem rápido e sair, ok?” Ele nem escutou, continuou a falar e me perguntar o motivo do sumiço, expliquei que quando sumo não quer dizer que estou de férias, mas que estou trabalhando mais e bem longe, pelos interiores desse globo. Ele quis aprofundar, saber mais, onde, como, o quê . . . “ai meu Deus. . . vem Silvio, vem me seguindo, vamos pagar e eu vou te contando” . . . e ele veio . . . passamos do caixa . . . e ele continuou a me seguir, parei no telefone interno pra perguntar o local da reunião pra minha chefe porque tive uma ausência súbita (isso vem acontecendo), e ele alí parado esperando eu continuar a história . . . quando desliguei o telefone lhe disse: “Tchau, amanhã continuo a viagem pra você, agora vou pegar um tele-transporte e aparecer lá no Ventura . . . fui” . . . e lá fui eu.
Fui com meu carro mesmo porque depois da reunião iria embora pra casa. Larguei o fom fom no estacionamento da Catedral. Sabe quanto custa 1 hora? Nem te conto!
Ufa, enfim na Cidade, mas muito atrasada. . . corre-corre-corre . . .

Peguei o elevador modernoso do Edifício Ventura na Avenida Chile com destino ao 18 andar e me distraí completamente com aquela tv que colocam no elevador com esse propósito mesmo e, desci 2 andares antes. Não percebendo, fui direto pra sala 02 de reunião que não existia nesse andar e a recepcionista me disse que não havia nenhuma sala de reunião ali. Eu insisti e disse que tinha uma reunião do projeto de Voluntariado com a Priscila e, insistindo comigo ela me disse que ali além de não ter sala de reunião nenhuma, também não tinha nenhuma Priscila . . . foi quando pensei cá comigo: “Ai my dog, será que estou no prédio errado?” Tive que dar uma de louca e perguntar pra recepcionista com a maior cara de - ta tudo normal comigo – “Onde estou?” E ela me respondeu como se realmente tudo que estava acontecendo ali fosse normal, “A senhora está no 16 andar do Edifício Ventura”. Como um flash eu recuperei a sanidade mental e saí correndo agradecendo a ela e gritando. . . “ta certo, ta certo, não é mesmo aqui não”.
Se fosse pra dar certo eu teria subido os 2 andares pela escada, mas como já prevê a lei de Murphy "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Apertei o botão de subir e imediatamente o elevador parou na minha frente, não podia duvidar de tanta sorte naquele momento e entrei feliz, mas após uns 20 segundos não tive a menor dúvida de que tudo começou naquele laboratório, pois o elevador desceu e foi até o térreo. Bom, muito bom, o jeito era me acalmar e pedir muitas desculpas ao abrir a porta da sala 2 de reunião no 18 andar, quando chegasse se chegasse. Assim foi, ao conseguir chegar no destino, abri a porta e fui logo me desculpando da hora etc e tal, mas ouvi de resposta do grupo a seguinte frase de acalanto: “Não se preocupe, ainda nem começamos”. Oh no! Isso deveria me acalmar, me aliviar, minimizar a culpa que estava sentindo, mas não, na na ni na não, isso me deu nos nervos, tive vontade de sair voando pela janela que mais parecia uma rampa de vôo livre para uma sobrevoada no Centro da Máquina engravatada da Cidade.

Respirei fundo e me guardei, nunca se sabe o que te espera mais a frente. Fiquei ali olhando um por um, tomei um café, bebi uma água e me disse baixinho, “Se não estivesse no finalzinho dela, iria atribuir isso tudo a TPM”, coitada, sempre leva o pato. Tentei ouvir mais do que falar, não foi fácil, mas o momento pedia que fosse assim.
Acabou a reunião e eu corri como quem está numa competição, na verdade estava, só que era com o relógio do estacionamento, pois faltavam 10 minutinhos pra virar mais 1h e isso iria me custar os olhos da bolsa. Consegui graças às pernas ainda em forma, eu consegui e vibrei como quem ganha mesmo uma competição. Esse foi o momento mais leve e prazeroso do meu dia.
No caminho pra casa passei na Lagoa pra ver se o grupo de bike e canoa estava por lá e, dei com a cara nas canoas viradas e uma chuva fina que caia. Meu rádio tocou e era uma amiga lembrando do show da Fafá de Belém no Teatro Clara Nunes hoje às 21h . . . . convite, carteirinha, fulana, sicrano, vai, não vai, jantamos, compramos, agora, mais tarde, táxi, carro, estacionamento, casa . . . “CHEGA!!! Não vou, não quero, não vou nem de graça mais a lugar nenhum, já estou no caminho de casa, vou ouvir meu coração e ele quer ir correndo pra casa, tomar aquela sopinha de ervilha fresquinha que vou preparar, deitar e ler “A cura de Schopenhauer”.
Para minha paz de espírito e bem geral da nação, assim foi!

- Dá uma olhadinha no meu post abaixo. . . que coisa né?
Espero que o resto também seja tão verdadeiro quanto à previsão de “não irá querer renunciar a isolar-se para reencontrar a paz interior.”

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