quarta-feira, 13 de junho de 2012

Amigas atemporais

Mônica e Dany, duas assistentes sociais que conheci durante a minha Pós-Graduação em Gestão de Projetos Sociais . . . o ano ... 2001. São 11 anos de aproximação e separação.

Não sei o que sela a nossa amizade, nem o que nos liga e nem o que nos afasta, mas vou tentar falar dessas duas:
Éramos uma turma grande e mista, passamos 18 meses nos encontrando por 2 vezes na semana e nessas vezes, sempre escolhíamos os lugares mais interessantes para almoçarmos e esquecer a hora. Fizemos umas 2 viagens para concluirmos a nossa tese de final de curso, nos reunimos muitas outras vezes lá em casa para preparar alguns trabalhos do curso. 
Além delas duas, também se juntaram ao grupo a Aninha, uma outra assistente social que trabalhava comigo na Prefeitura (SMH) e foi responsável pelo meu interesse e pela minha inscrição no curso. Apesar de Aninha não ter conseguido se manter fiel aos encontros (iniciais) anuais, somos saudosas de suas risadas e constante bom humor, sempre lembramos e falamos dela, uma ou outra procura saber da sua vida atual.
Ontem foi um dia especial para nós, não por ter sido o dia dos namorados, mas porque foi o dia do nosso tão marcado, desmarcado, reagendado encontro. A ultima vez que nos vimos, Odara, filha da Mônica, estava começando a andar, agora ela já entra na internet e escolhe suas próprias roupas.
Dany está com a auto estima recuperada, explodindo de felicidade. Seios novos, vestindo jaleco P e aguardando ansiosa a chegada do verão para se enfiar num biquine de cortininha. Em seu testemunho disse: "Esse é o 7º dia dos namorados que eu passo sozinha, mas esse está sendo o mais feliz de todos! Não tenho nenhuma vontade de chorar". E deu uma gargalhada que fez tremer a casa.
Mônica se mostra uma notável companheira e guerreira, enfrentando as crises de depressão e síndrome do pânico de seu marido que já dura 3 anos. Triste ela falou e bebeu muito a noite toda. Senti uma vontade de ajudá-la . . . e fiz o que era possível. Falei, encorajei, indiquei médicos especializados e lhe dei dois conselhos, os quais, me pareceu que ela própria já havia se dado. 
Dany, despiu-se para exibir seu novo visual, feliz virou de um lado para o outro e contou com brilho nos olhos a quantidade de gordura e baixa-estima que deixou na sala de cirurgia. Demonstrou sua paixão pelo médico e a frustração por ele já ter uma noiva.
Algumas fofocas básicas, nomes não tão conhecidos, mundo virtual, mundo dos políticos e corruptos, mundo dos sentimentos e dos medos. Acidentes e reviravoltas . . . de tudo um pouco apareceu durante a nossa conversa.
Falei de mim pras duas, me abri e me senti muito a vontade, elas são como amigas de terapia, não julgam, escutam e falam somente quando teem mesmo o que falar, do contrário apenas escutam. Isso é bom, muito bom!
Acabei prometendo fazer uma consulta com o Dr. Paixão da Dany e disponibilizar a minha casa para nossos encontros. Monica se prometeu dar mais um tempo para a recuperação do marido e Dany se prometeu arrasar nesse próximo verão!

Prometemos não deixar passar tanto tempo pra nos encontrarmos...Concordei, mas sei que isso não irá acontecer.

Esse foi o dia dos namorados mais atipico e diferente de todos que já tive . . . não sei explicar o que nos leva ainda à esses encontros, nem temos tantas afinidades assim, somos três pessoas tão diferentes, moramos em cidades diferentes, temos vidas e escolhas tão diferentes, mas quando a gente se encontra, parecemos melhores amigas, intimas. 
Ligadas por um vinculo oculto e tão forte que o tempo não consegue desfazer ou influenciar.

Três meninas do Brasil, três corações democratas
Tem moderna arquitetura ou simpatia mulata
Como um cinco fosse um trio, como um traço um fino fio
No espaço seresteiro da elétrica cultura
Deus me faça brasileiro, criador e criatura
Um documento da raça pela graça da mistura
Do meu corpo em movimento, as três graças do Brasil
Têm a cor da formosura
Se a beleza não carece de ambição e escravatura
E a alegria permanece e a mocidade me procura
Liberdade é quando eu rio na vontade do assobio
Faço arte com pandeiro, matemática e loucura.

Moraes Moreira - MENINAS DO BRASIL

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