sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sentir-se amado


Ele diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Ela diz que te ama, então assunto encerrado.


Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.
 
Martha Medeiros
 
Contribuição
"Me puxe as orelhas quando eu for infantil e ciumenta. Me sacuda quando eu falar alto. Me diga que eu engordei, que a roupa não caiu bem e que você não gostou do cabelo. Brigue comigo quando eu for implicante, discuta quando eu for teimosa, me mostre que estou sendo prepotente e arrogante, mas também, me ajude a resolver essas coisas chatas com bom humor, seja paciente comigo e tente entender os meus silêncios quando eu parecer indiferente nos meu períodos de TPM, preste atenção às coisas que eu falo, se conseguir, enquanto andamos na rua, caminhe ao meu lado, me deixe dormir no seu braço, seja paciente com o meu ronco e c/ as minhas pernas nada macias, seja paciente também e principalmente com as minhas (várias, muitas) limitações, me dê atenção, entenda que às vezes eu uso o caminho mais errado do mundo para chamar a sua atenção e ter o seu carinho, demonstre o seu amor sempre que for possível."  

4 comentários:

  1. Anônimo7/11/10

    Prima, só para registrar :
    Martha Medeiros vai estar no RJ dia 17/11 fazendo o lançamento oficial do seu ultimo livro FORA DE MIM...que alias já comprei e li! Estou acompanhando o blg dela para confirmar local e hora! Acho que vai ser genial conhece-la pessoalmente!bjs

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  2. Conheci ela pessoalmente na estréia da peça: "De mim que tanto falam". Minha amiga é atriz principal da peça e muito amiga dela. Fomos apresentadas, ela é super tímida, magrinha, mas os olhos super atentos. Se for no lançamento do livro, me convida.
    saudades,
    beijos

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  3. Anônimo9/11/10

    Minha prima, você bem sabe que eu adoraria ir a esse evento..de ante mão estamos convidadas..rsrs...ligo pra ti! bjss saudades também!

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