sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Rasgando papéis


Rasguei três sacos cheios de papéis antigos e acumulados em 4 gavetas grandes de uma escrivaninha esquecida na casa de meus pais, desde a minha última mudança. Ao rasgar, fui tendo uma sensação gostosa de liberdade, de soltura, de limpeza e de quem não está preso ao passado, mesmo quando ele me visita ou se faz presente num pedaço antigo de papel.

Sei que muitas coisas rasgadas no plano físico, nem sempre são bem resolvidas no  plano emocional, mas comigo isso acontece ao contrário. Costumo não me importar com a quantidade de coisas deixadas e/ou esquecidas no plano físico, mas sim em resolvê-las no plano emocional e, por isso, quando resolvo partir pra faxina, me deparo sempre com um verdadeiro cemitério de papéis. Ontem foi assim, meu pai pediu misericórdia para usar a escrivaninha e me pediu pra desocupar as gavetas . . . ui, ai, caramba, tem certeza, agora, é mesmo?

Em menos de 1 hora as gavetas estavam limpinhas e toda aquela papelada rasgada. Sem dó nem piedade, fui rasgando com imensa satisfação. Era . . . apólice de seguro de um carro já vendido, contrato de cartão de crédito já encerrado, contas de luz, gás, e telefone de apartamento vendido há 3 anos, senha antiga de banco, extratos bancários de 2 anos atrás, revistas velhas, jornais do budismo já sem tinta, anotações, blocos rabiscados, ficha de alguns pacientes com mais de 10 anos de encerramento, textos próprios e de outros digitados, antigos projetos  impressos, trabalhos amarelados, contra-cheques da Prefeitura (arrgghuuu!), cartinhas, cartões de feliz aniversário (pra mim), cartões de visita de gente que nem sei quem é . . . ai, como é bom saber que aqueles três sacos de papéis velhos não me pertencem mais, que nunca farão a menor diferença na minha vida e principalmente, que eu não preciso deles pra nada!

Ai que alívio! Pra que guardar e acumular tanto lixo inútil hein?

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