quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alice de Tim Burton

A aventura pra mim começou a partir do momento em que decidi ver o filme no fim de semana da estréia. Foi o maior corre-corre pra conseguir um lugarzinho bom num cinema que o filme fosse em 3D e legendado. Me senti de armadura como Alice e, tendo de matar um dragão pra conseguir fazer 6 pessoas felizes, uma delas era eu, é claro!

Se valeu a pena? Sem dúvida alguma que valeu! Consegui 6 lugares muito bons no Roxy (que eu adoooooro), no domingo às 22h10min. Tarde? Poderia ter sido pior, havia sessão a meia noite.

O filme é belíssimo, os detalhes, as cores, os traçados, os atores, uma nova história e mais moderna, a Alice guerreira-destemida-alternativa dos anos 2000. Enquanto alguns saiam um pouco frustrados por não terem assistido a clássica história de Alice, eu comemorava o amadurecimento dela e de uma nova história no mesmo País. Além disso, percebi que todos pareciam querer assistir não ao filme, mas o Johnny Depp na pele do Chapeleiro. Eu gostei. Ele é mesmo muito bom, mas não é o melhor do filme em minha opinião. Alice ganhou uma armadura sensacional, mostrou a que veio, amadureceu, já não é mais aquela menina encantada que estávamos acostumados a ler e ver no País das Maravilhas. Ela se transforma numa adolescente que descobre respostas durante sua viagem animada - Há quem diga que Alice se meteu com drogas, tomou uma bala, um ecstasy, deu um tapa, caiu de nariz. . . mas eu acho que não, ela é uma jovem limpa e bem disposta, lunática, naturalmente, mas feliz!


Alice é apenas uma linda e jovem adolescente, cheia de inocência, passando por algumas perdas importantes como a morte do pai e da empresa da família. Depois da viagem ou do sonho, como preferir, ela volta mais confiante, mais valente e tomando as decisões certas sobre sua vida. Mostra-se possuidora de vigor e energia inerente a sua idade, coisa rara hoje em dia nas jovens com sua idade.

Hummm... Fica parecendo que o meu encanto todo vai pra Alice né? Não, não vai! Eu tenho três personagens pra destacar e premiar, se fosse o caso.

Primeiríssimo lugar
O primeiro lugar vai para o magnífico mágico, lindo, glamoroso, fofo, encantador, misterioso, risonho e amigo: O GATO RISONHO. Não é só porque gosto dessa classe de bichanos, mas porque ele está realmente maravilhoso, elegante, sarcástico, encantador e, porque fica com ele a primeira e grande responsabilidade do filme, a de salvar a cabeça do Chapeleiro. A cena é surpreendente, realmente sensacional. A maioria traça a personalidade do gato como um felino traiçoeiro, mas eu posso garantir que isso é coisa de quem nunca teve um felino em casa!
Segundo Lugar
O segundo lugar vai para a estilosa LAGARTA, que é linda, inteligente, cult, faz a linha alternativa e fuma um narguilé como ninguém. É ela a personagem que desde o inicio conduz Alice a pensar sobre sua existência, "quem sou eu, de onde vim, pra onde vou?" - Sua última frase deixa escapar sua crença, ela é convicta de que existe vida após a morte - deve ter assistido Chico Xavier num desses intervalos. Freud também teria se orgulhado da conduta de boa terapeuta que ela encarna no mundo das Maravilhas. Devo confessar que muito me identifiquei com a azulada!

Terceiro Lugar

Em terceiro lugar e não menos importante na condução da trama do bem, o CÃO. Ele foi coagido, pressionado e chantageado pelo lord escravo da rainha vermelha. Tinha como missão encontrar, através do seu faro, a jovem Alice e entregá-la para rainha. Mas é claro que ele não nos decepciona, além de não denunciar e entregar Alice, ele ainda vira de lado e acaba seu melhor amigo. Um doce de personagem, quase humano! Fala ponderadamente, tem valores familiares muito latentes, é ético, de bom coração e fiel.


Bom, como já devem desconfiar e podem ler, o que mais me deixou impressionada com o filme foi justamente a escolha da personalidade dos personagens, das suas características, atitudes, relações de afeto e amizade com os demais e a  forma física que foram criados, desenhados, lineados para dar razão a sua existência. Tudo muito bem elaborado, pesquisado, condizendo com a realidade, muito embora o filme seja recheado de fantasia. Nesse filme pude ver um trabalho muito além de escrever e filmar uma história e, acho que isso sim, deveria ser um diferencial na hora de se premiar com estatuetas de ouro os filmes.

Parabéns para Tim Burton e seus personagens animadíssimos!

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