quinta-feira, 24 de junho de 2010

Todas essas mulheres


Tantas mulheres me habitam
mulheres d'alma e de chão
Uma é fêmea em chama e vulcão
gosta de ver sua fenda abrir
já a outra é eremita sem tesão

Muitas gritam dentro de mim nomes e palavrão
Mulheres que sou sem nome próprio
sem medo, sem vergonha, sem condução
Essas tantas que possuo em mim
brincam no playground do meu coração

Tenho uma mãe, uma irmã, uma doida,
são todas famintas, guerreiras, santas, carentes,
sorridentes, felizes, cheirosas e cheias de crença
uma delas não acredita em nada, solta fogo pelas ventas
Somos tantas, eu e elas, que não me sobra tempo pra solidão

Dentro de mim há uma festa com música eclética
dançam as mulheres soltas no meu salão
me fazem rodopiar...lenta feminina, salsa masculina
Só tenho um nome, um corpo de palco pro espetáculo
mas sinto como se fosse eu a casa itinerante
que alimenta do meu próprio sangue e abriga,
Todas essas mulheres . . .

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