segunda-feira, 7 de junho de 2010

"A Casa dos Budas Ditosos" - comentário

No sábado fui com as amigas assistir a peça "A Casa Dos Budas Ditosos", adaptação do livro de mesmo nome de João Ubaldo Ribeiro, encenado por Fernanda Torres, no teatro do Fashion Mall. Eu ainda não tinha visto a peça, apesar da mesma já ter ficado em cartaz anos atrás. Também não li o livro. Enfim, eu era uma virgem de platéia naquele espetáculo. A peça não me decepcionou e, segundo amigas, a adaptação foi muito bem-feita e Fernanda Torres é simplesmente ótima. O que mais me encantou foram os trejeitos, o sotaque e os dialetos da linguagem baiana usada por ela sem muito esforço.
O espetáculo narra as aventuras sexuais de uma mulher baiana de 68 anos. Ela, cujo nome não é revelado, compartilha com a platéia desde sua iniciação sexual até as mais loucas surubas. Conta sobre as amigas, suas descobertas, as viagens e seus amantes. Ela é uma mulher que gosta de sexo e assume isso sem pudores. É um espetáculo profundo, cheio de desejos, tesão e, pornograficamente elegante que fala de sexo sem culpa ou moralismo.

Existe uma parte da peça que ela dá uma aula de sexo, através de conselhos sobre como praticar algumas modalidades e de como gostaria de perder sua virgindade. Tudo com muita naturalidade, sem fazer do assunto um tabu ou um segredo de estado. Sexo como água, como necessidade aprimorada e cheia de possíveis ensaios e criatividade - adoro isso!

Entendi, mas não concordo muito com o slogan que está sendo veiculado sobre a peça "uma peça para se assistir com os amigos". Acho que poderia ser substituído por: "uma peça para se assistir sem resistência, para liberar os traumas e os tabus sobre o sexo". Vale assistir com quem quiser, vale a pena assistir de qualquer jeito, porque é intelectualmente pornográfica e isso é falar de sexo como sexo é: uma assunto que faz parte da vida de todo mundo, ou pelo menos dos que estão VIVOS!
Enfim, é um espetáculo para - os que gostam de sexo porque vão se deliciar com as histórias dela, para os tímidos porque terão a chance de se liberar um pouco e rir com vontade ao ouvir tanta sacanagem e, para os recheados de pudor e tabus, pois a peça é um tratamento de choque: ou vai chegar em casa e soltar a franga e libertar-se das culpas ou vai entrar no armário e chorar baixinho com pena de si mesmo.

Chega, assim eu vou acabar intimidando os traumatizados e, eles não vão assistir a peça com medo de soltar as putas e os putos que enjaulam dentro dos seus infernais calabouços libidinosos. Uagrahhh!!! kkkk!!! Ai, desculpa, devaneei, rs!!!

Vale muito a pena assistir a peça, não tenha medo, vá mesmo. Se puder, sente no meio e de preferência da 1ª a 5ª fila, pra ver a Fernanda bem de pertinho . . . oras Amy, oras a própria mãe, oras a tia Graça, oras a tia Motoy, todas sessentonas de SSA.

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