Eu não faço truques, não sou mágico e nem tenho coelhos na cartola
aliás, não tenho nenhuma cartola e o coelho foi embora
Sou apenas um ricocheteiro, um mestre do vacilo que vira vampiro
e nessas noites sombrias eu me embriago e choro
Fumo alguns cigarros e falo sozinho por horas
Ontem saí voando pela janela em crise e esqueci que era dia
ainda não consegui me levantar, virei adesivo no chão
Inconsequente, bandido, um autêntico vira-latas
solto e machucado pelas ruas da Lapa
Por onde passo vou aprontando e fazendo barulho
Me visto de anjo, mas no fundo eu só quero dançar,
bater palmas e depois cantar,
depois te cantar e te levar pra outro lugar
De revolta me mordo, fico furioso olhando o salão esvaziar
Você me engana e diz pra eu esperar que você vai voltar
A luz apaga e fico sozinho n'um canto qualquer do bar
Nasci nesse dia e ninguém veio comigo comemorar!
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